Os contrastes do Universo demandam a presença de uma Mente Superior que pudesse ter tal desenvoltura para estruturá-lo. Não há ninguém que contemple o Universo e não veja nele a intenção divina em planejar suas dimensões e sua harmonia. Dessa forma, como produto de uma arte divina, sua progenitura só pode ser proveniente de Alguém Todo Poderoso, como reza nosso credo cristão de fundamento.

Na totalidade de suas perfeições, a partir do mundo subatômico, a complexidade de que é revestido e a coerência de seus contrastes, chama-nos a atenção o fato de que como, no final, possam estar coordenados, para constituir o macrocosmo, garantindo uma riqueza de aspectos os quais nenhuma mente humana seria capaz de conceber. Como uma obra de arte, no qual tudo só termina para recomeçar, a solução que o poeta pôde caracterizar a sua natureza foi paradoxal, como expressou WILLIAM BLAKE (1757/1827):

Ver um mundo num grão de areia,
E um céu numa flor do campo,
Capturar o infinito na palma da mão
E a eternidade num instante.

A partir dessas perspectivas, a condição fundamental requerida é superar a pobreza de nossa imaginação, condição essencial para que o Universo possa alcançar tal nível de concepção estética. Dessa forma, tudo que está dificultando ou impedindo este propósito, deveria a civilização afastar, educando o povo e concretizando, cada vez melhor, os ideais de paz e desenvolvimento não predatórios ao meio ambiente e à civilização.

Segundo FREUD constatou, o ser humano gosta de matar seu semelhante, tendência atávica que necessitamos superar urgentemente, para assim alcançar o paraíso artístico que o Senhor nos promete. Tal objetivo, tão longínquo quanto pareça, estará próximo, desde que passemos a admitir, com naturalidade, a crença na Divindade como o principal leit-motif de nosso existir. Pois isto é o que nos sugere a maravilha da criação universal, feita para que nós pudéssemos contemplá-la, segundo nos ensina o princípio antrópico. Somos gratos ao Senhor Deus do Universo que nos distinguiu com tantos privilégios.