Os paralogismos surgem em função da natureza virtual de nossas ideias, que são diferentes de nossas sensações corporais e bastante inadequadas para compreender a racionalidade da natureza material. Na interpretação clássica, o paralogismo é um raciocínio falso com aparência de verdade, por não contar, em suas premissas, com a precisão compatível com as conclusões obtidas (Aristóteles). Distingue-se dos sofismas, por ser involuntário. Continue lendo
Arquivo da categoria: Artigos
Universo e virtualidade espiritual
Podemos verificar, a contragosto, que o mundo que nos cerca compõe-se essencialmente de acontecimentos virtuais que são momentâneos, evanescentes, criativos, inovadores, simbólicos e fugidios, numa sucessão avassaladora de impressões e imagens, tornando frustrantes nossos desejos de estabilidade. Continue lendo
Os milagres do Espírito
A experiência corriqueira nos mostra que os acontecimentos que presenciamos são todos dependentes de situações aleatórias, geralmente causadas por condições fortuitas, um verdadeiro aglomerado de realidades virtuais, cujo contexto só é real no confronto de suas relações. Assim acontece com todo nosso viver, que parece ser produto apenas de um acaso inconsequente. Continue lendo
Fontes transcendentes dos valores
Pela filosofia clássica, o existir é estar consciente de ser, tornando-se este o fundamento básico do pensar. Ora, o conceito de SER, por ser o mais extenso de todos (pois tudo que é, é ser), acaba se confundindo com o NADA, em termos lógicos de ausência de contornos e, portanto, de compreensão. É por isso que o ser, tomado como fundamento ontológico, torna-se insuficiente para sustentar a realidade de tudo o que existe. Continue lendo
Os dualismos não se sustentam
A partir de HERÁCLITO de Éfeso, há uma tradição forte dentro da filosofia, com base na dialética, segundo a qual tudo no mundo se autodestrói a partir de seu contrário, o bem se opondo ao mal, a saúde à doença, a riqueza se opondo à pobreza, a vida diante da morte. No século XIX, HEGEL consolidou esta tradição, espiritualizando os contrastes, dentro de uma concepção holística de conciliação. Continue lendo
O espírito como objeto e como paradigma
Os objetos estão mais relacionados com a matéria (ratione materiae), a extensionalidade, as referências, os significantes, as explicações. Os objetos marcam a denotação das coisas. Os paradigmas estão mais relacionados com as formas (ratione formae), a intensionalidade, os sentidos, os significados, as compreensões. Os paradigmas marcam as conotações, o sentido abstrato, figurado, das coisas. Continue lendo
A vida, objetivo principal da criação
Quando se fala de objetivos, a ciência não se sente capaz de oferecê-los, simplesmente porque eles ultrapassam os limites de suas pesquisas, sendo uma tarefa exclusivamente humana detectá-los. Dotados de uma capacidade compreensiva e crítica (filosofia), os seres humanos são as únicas criaturas naturais capazes de alcançar uma visão global do que vivenciam, no conjunto de tudo que se manifesta. Continue lendo
Por que não podemos deixar de crer
A crença não é uma opção que dependa só de nossa vontade, pois que encontramos, na Natureza e em nós mesmos, indícios suficientes que a legitimam como uma característica básica de nosso espírito, oferecendo-se a nós como uma graça diferencial. Dispensar a crença por orgulho ou preconceito é uma atitude sintomática de incoerência existencial, motivada por condições culturais distorcidas, ateias, frutos de um orgulho teimoso, que não mais se justifica. Continue lendo
A vida que se transfigura
Não é fácil entender em que consiste a vida. Alimentando-se de sua própria destruição, a sustentação da vida na Natureza se transforma com a contribuição da inteligência humana, atingindo o clímax de sua significação, como algo fundamental a ser preservado, ultrapassando, portanto, os limites de sua autofagia natural. Contudo, diante de suas indiferenças com as individualidades, a vida passa a ser melhor compreendida se a olharmos como um fenômeno abrangente e intrínseco à própria natureza do Universo, transcendendo seus limites pessoais, locais ou temporais. Continue lendo
Deus, uma experiência singular
Como fontes de nossos conhecimentos, é costume identificar três formas ou dimensões na maneira de captarmos a realidade das coisas: uma dimensão obtida através de nossos cinco sentidos, o que nos permite perceber o mundo exterior; uma dimensão mental (racional ou quântica), produto do pensamento abstrato de nosso cérebro, fazendo surgir um mundo de ideias, conclusões racionais e evidências lógicas; e, finalmente, uma dimensão virtual, criativa e simbólica, fruto intuitivo da percepção espiritual e emotiva de nossa subjetividade. Continue lendo