O olhar humano depende da luz

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Em nosso corpo, de todos os cinco sentidos, o ver é o mais significativo deles, por nos permitir as mais inusitadas formas de captar o simbolismo inserido em seu desempenho. Colocado em lugar estratégico do rosto e muito próximo de nosso cérebro, o olhar humano, dependente da luz, tem o papel de permitir que nosso espírito entre em contato direto com tudo que percebe, ao interiorizar os efeitos dos raios luminosos que incidem sobre ele, distinguindo formas e cores:

Sol que ilumina
O brilho da retina
É fascínio que domina
Qual presença divina

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Matéria, vida, consciência

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Matéria, vida e consciência constituem a trindade estrutural que nos envolve e representa o fundamento de nossas observações mais abrangentes sobre tudo que nos cerca, sendo, por isso, de um alcance que ultrapassa todas as dimensões, sejam elas produtos de nossos cinco sentidos, ou provenientes de nossas conceituações abstratas, nos demonstrando que existe no Universo uma dialética unificadora que sustenta a harmonia de todas as aparentes contradições.

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A morte é uma transformação virtual

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O fato de que ninguém quer morrer é uma forte indicação de que a vida nunca quer ser interrompida, sendo a morte apenas um evento relacionado com o término funcional de nossos corpos. Por sermos dotados de uma natureza transcendente, com características peculiares que vão além do tempo e espaço, obtidas através de nossa consciência e espiritualidade, a garantia de nossa imortalidade é inferida. O corpo torna-se rígido, os ossos secam, pois são feitos de matéria orgânica que sofre entropia, como tudo no Universo. Porém, nossa espiritualidade, sendo de origem divina, é incorruptível.

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Uma realidade não material

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A ciência universal oferecida pelos antigos pesquisadores era apenas mecânica, dependente de nossos cinco sentidos e dos preconceitos que pudessem transparecer qualquer forma de antropomorfismo que visasse comprometer a racionalidade científica. Com isso, não aceitavam p.ex. a teoria aristotélica das quatro causas (material, formal, eficiente e final), por considerá-las como produtos puros da imaginação filosófica. Não obstante, não há conhecimento que não seja antropomórfico, pelo simples fato de que é a inteligência humana que os cria. Corroborando, a atual mecânica quântica veio confirmar esta dependência, modificando completamente as maneiras tradicionais de fazer ciência, importando substituir também nosso conceito de realidade, que agora se manifesta virtual e puramente mágica.

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Ressonâncias místicas

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Por ter em mim propriedades não naturais, ou uma consciência reflexa que me permite identificar-me comigo mesmo, expressando meu eu como dotado de criatividade, racionalidade, sentimento e liberdade, sinto-me possuidor de uma centelha divina que me diferencia de todos os outros seres, tornando-me, por isso, uma criatura não apenas animal, mas, sobretudo, espiritual.

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Implicações cosmológicas da vida

Podemos nos referir ao surgimento da vida ao que o Gênesis nos expõe no Antigo Testamento: ‘nas trevas do abismo, o Espírito de Deus pairava sobre as águas’, pois Ruah é o espírito feminino a gerar o parto do Universo. De fato, como uma gigantesca explosão, o cosmos surge das entranhas do vácuo, em forma primitiva de luz e energia, sendo posteriormente povoado por centenas de coisas animadas e vivas. Dessa forma, pela herança bíblica, podemos nos certificar que a vida está in nuce em todo o Universo, como um possível que por sua existência, implica eo ipso um ser necessário, como diria LEIBNIZ.

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A mística no caminhar

Como manter a sanidade, num mundo cada vez mais insano? Esta pergunta, presente no subconsciente de todas as pessoas que possuem lucidez, representa um desafio complexo cujos parâmetros de solução não estão mais nas mãos da coletividade, mas sim na atuação de cada pessoa em particular. Daí, nossa responsabilidade em contribuir para que seus efeitos prejudiciais não se tornem tão nefastos.

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Consciência e Espírito

Todos os fenômenos que o ser humano observa na Natureza têm aparência virtual, em função de sua origem quântica, pois é assim que as coisas se estruturam, a partir de sua conformação atômica, o microcosmo. Em seguida, este, organizando o macrocosmo, condiciona a realidade que observamos conservando as mesmas características. Ora, o universo abstrato da consciência e do espírito não tem como fugir desse determinismo, com o acréscimo de serem transcendentes, ocupando uma dimensão superior.

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A anfibolia do mal

Há uma tendência imprópria a atribuir ao espírito a ocorrência de coisas ruins, em função da existência de espíritos malignos (Leonardo BOFF, O Espírito Santo, Ed Vozes, RJ, 2013, p.77). Não obstante, é oportuno realçar que o mal não é ontologicamente substancial, e como ausência do bem, é resultado de uma atitude maniqueísta de nossa experiência consciente, que atribui realidade a algo que é apenas a contraposição de aspectos dialéticos. Continue lendo

Holograma do Espírito

HEGEL, pensador alemão (1770/1831), a partir do exame das manifestações culturais criadas pelo ser humano, em seu livro clássico Fenomenologia do Espírito, conclui que o Espírito é um conceito síntese de uma realidade concreta que alcança todas as dimensões de nossa existência e que se apresenta dialeticamente ora como espírito subjetivo, em nossa consciência; ora como espírito objetivo, nas instituições sociais; e como espírito absoluto, que abarca o mundo transcendente da mística e das religiões. Assim, constituindo-se como um verdadeiro holograma, o Espírito passa a ser o fundamento mágico através do qual a realidade  humana se manifesta, não havendo forma de ignorá-lo, sob pena de termos de eliminar tudo que a inteligência a nós se revela, uma realidade imanente e transcendente a fundamentar a cosmovivência.

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