Sabemos que o Universo só tem sentido para o ser humano, que é dotado de um poder de conhecimento pela sua inteligência, algo aparentemente estranho ao mundo da matéria ou estofo físico que forma todas as coisas. Não obstante, por um estranho paradoxo, nossa inteligência provém de nosso corpo que, por sua vez, depende do mundo material (sic!). Ora, o surgimento de algo tão diferente e em oposição ao mundo físico constitui uma transformação quântica das forças da Natureza, ou como um milagre de algo insuflado pelo Criador, conforme reza a tradição religiosa.
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O Espírito é como um raio de luz
O Espírito dá vida à Natureza e ao meu eu interior como um raio de luz que cria e destrói, recria e reconstrói; é chama de fogo que não se apaga, é como Palavra Divina a dar sentido a todas as coisas. Sem o Espírito, o Universo fica caduco e perde sua razão de ser. Ao ser humano foi dado o privilégio de poder entender isso e criar formas inusitadas de homologia simbólica. Continue lendo
O Espírito, no mundo do ser e do dever-ser
O espírito pertence ao mundo do ser e ao mundo do dever-ser. Quando considerado restrito apenas ao universo das coisas sensíveis, imanente, ele tende a se imiscuir e desaparecer na transformação de todas as coisas, perdendo-se no sem sentido do mundo exterior. Por outro lado, o espírito também envolve o mundo do dever-ser, o mundo simbólico dos valores, sendo, portanto, transcendente a tudo, manifestando-se como o bem, a verdade, a beleza, a arte e a cultura, que são características que envolvem também os processos naturais. Continue lendo
Irrupções de espiritualidade
O ser humano pode, a partir de suas atividades conscientes, adotar duas posições diferenciadas na abordagem que diz respeito a tudo que o cerca: uma atitude primária, bruta e direta, presa apenas ao imediato de seus sentidos exteriores, como ocorre com os céticos, que captam da realidade apenas relações físicas de causa e efeito; ou então pode assumir uma atitude subjetiva, mística e de admiração pelo milagre que cada acontecimento parece significar, o caminho natural de uma espiritualidade ínsita no Universo. Trata-se, portanto, de um problema de sensibilidade e acolhimento. Continue lendo
A virtualização da realidade
O ser humano, através de sua inteligência, procura uma realidade de consistência absoluta e tem dificuldades de encontrá-la, depois de perceber que tudo está em constante mudança, ocupando apenas alguns momentos na dinâmica da transformação. Não obstante, mesmo assim sente a presença de algo permanente, um sustentáculo virtual, que mesmo sendo obscuro em seus processos de ação, é-nos imprescindível como figurante causador de todos os fenômenos, inclusive nossa própria existência. Continue lendo
Espírito e conciliação
A palavra dialética foi criada pelos gregos, há muitos séculos, como uma técnica do discurso, ou a arte na altercação dos argumentos, com vistas a se alcançar a verdade. Foi assim com HERÁCLITO, SÓCRATES, PLATÃO e ARISTÓTELES, entre muitos outros. Por extensão, a dialética passou também a dizer respeito às condições contraditórias da Natureza, facilmente detectáveis no fato constante das transformações que afetam todas as coisas, surgindo e desaparecendo num constante devir. Continue lendo
O espírito precisa salvar a razão
A Razão e o Espírito são categorias mentais criadas pela nossa inteligência, na forma de paradigmas abstratos necessários à compreensão da realidade que nos cerca, dentro de perspectivas virtuais ou simbólicas, mas que refletem bem a natureza de nossa intelectualidade. É um verdadeiro milagre que nosso cérebro tenha a capacidade de transcender os fenômenos sensíveis, dando-lhes uma natureza abstrata (a priori, segundo PLATÃO). Continue lendo
O espírito, vida do Universo
É fato constatado pela História Antiga, que a humanidade sempre teve uma intuição natural de que o Universo é produto de causas que o ultrapassam, o que motivou o surgimento de variadas crenças, instintivas ou místicas, com o intuito de reverenciar as forças ocultas, os arcanos transcendentes que, embora aparentemente escondidos, nos oferecem pistas de Suas Presenças. Continue lendo
Espiritualidade humana e divina
Nós, seres humanos, produtos da evolução biológica, deveríamos nos conformar com o destino reservado a todas as espécies animais, compreendendo os limites estreitos que a Natureza nos concede, ao operacionalizar os determinismos aleatórios que lhe são inerentes. Não obstante, não é isso o que ocorre com a espécie humana, que dotada de aptidões transcendentes, compartilha com o mundo superior das ideias e valores eternos, o mundo a priori das formas abstratas. Continue lendo
As razões como princípios dogmáticos
As razões-matemáticas constituem um patamar de evidências incontestáveis, que todos aceitam sem discussão. Contudo, seus limites são aqueles da indagação referente ao porquê de nossa razão ser refém à autonomia dos números, ao ponto de chegarmos à conclusão de que Deus seria matemático? (Cfr. LIVIO, Mário. Deus é matemático? Rj, Ed Record, 2009). Continue lendo