É sintomático verificar que há ainda muitos autores materialistas que insistem em suas teses radicais, disfarçando-as de boas promessas futuristas, como se constata com o festejado HOMO DEUS, de Yuval Noah Harari (SP, Companhia das Letras, 2015). Não obstante, faz- se necessário considerar as dúvidas patrocinadas pela ciência, que nos apresentam um Universo bastante complexo e precário, contrariando tais atitudes promissoras da redenção autônoma da humanidade, demandando bastante humildade e pronto reconhecimento das incertezas que cercam a realidade como um todo. Continue lendo
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Olhar revelador
Universo escuro
Trevas que conjuro
Almejo o sol que ilumina
E faz brilhar minha retina
O sol que nos faz ver
Cria luz a preencher
O mundo preto do escurecer
Olhar
Foco reluzente
É perceber num único repente
O milagre do ser em minha mente
O pulsar quântico do Universo
Dizer que a realidade do Universo, em sua essência, é pulsar quântico, significa entendê-lo como ondas oscilantes que se alternam constantemente em partículas, dentro das incertezas que cercam o mundo dos átomos (HEISENBERG). Porém, isto não se dá nas perspectivas da física clássica, por fazer parte do universo peculiar das micropartículas. Assim, este pulsar dá o perfil de todos os fenômenos que observamos, desde o surgimento ou extinção de planetas, como também as sístoles e diástoles dos batimentos de nosso coração. Como consequência, tudo se torna evanescente e virtual, pela incerteza e oportunidade de tudo o que ocorre. Continue lendo
A conformação triádica do tempo
Em geral, o tempo parece ser um fenômeno uniforme, envolvendo a transformação contínua das coisas. Não obstante, nosso espírito consegue distinguir as características peculiares de seus três grandes aspectos, próprias da natureza específica dos universos a que estão submetidos. Continue lendo
O fim das coisas, retratado nos três Universos
Aparentemente, a morte significa o patético fim de nossos seres biológicos, limitados que estamos aos determinismos naturais. Não obstante, a morte nos parece importante à sustentação da vida, sem a qual esta não poderia se manter em sua continuidade. Em acréscimo, dotados de consciência e a partir dos instintos naturais de sobrevivência, ficamos com a convicção de que ela se resume apenas num processo natural de transformação, não possuindo estrutura essencial. Para isso, basta considerar nosso corpo envolvido em diferentes condições, quando relacionado, seja ao mundo cósmico, seja ao mundo quântico ou pelas características virtuais de nossa espiritualidade, que permite identificar-nos independentemente de nosso corpo, sendo este apenas um instrumento, uma morada do eu. Continue lendo
O mal apresenta aspectos virtuais
A ideia de mal surge de uma visão distorcida dos determinismos naturais, quando contrariam nossas expectativas pelo bem. Digo distorcida por constatar que o bem e o mal são estranhos aos fenômenos da Natureza. Ora, tal contradição faz os conceitos de bem/mal se tornarem virtuais, pelas próprias condições de nossa espiritualidade e pela tentativa de encontrá-los fora de nós. Tal antropomorfismo torna a discussão sobre tais valores bastante controversa, tornando-nos céticos em relação à sua consistência (anfibologia). Continue lendo
Chapecoense: predestinação ou acaso
O conceito de predestinação tem, em primeiro lugar, um conteúdo cristão: refere-se ao pressuposto de que Deus, sendo onisciente, sabe de antemão quem se salva ou quem vai para o inferno, tendo por base inúmeras citações bíblicas (São Paulo, nas cartas aos romanos e aos filipenses, de forma destacada). No sentido laico, a predestinação se baseia na crença popular de que nada acontece por acaso, de que tudo está previamente determinado, pela evolução sucessiva das ocorrências. Continue lendo
O Universo é, essencialmente, um processo virtual
As virtualidades constituem a realidade primária do mundo cósmico, pois o Universo, precário em sua existência, não possui nada de permanente ou estável. Compartilhando com o mundo de nosso saber (ciência, filosofia, arte e religião), permanece fortemente dependente de nossa espiritualidade. PIERRE LÉVY em sua obra O que é o virtual (SP, Ed 34, 1999) nos assegura que o virtual consiste na apreciação do real de uma forma diferente, não estática, mas dinâmica, momentânea, mas não irreal, simbólica, mas não imaginária, holística, mas não abstrata. Continue lendo
Reflexões sobre a imortalidade
De acordo com a recomendação de PLATÃO “filosofar é aprender a morrer”, é oportuno, então, nos dedicarmos a tratar desse tema tão complexo de nossa natureza, as indicações percucientes que confirmam nossa imortalidade. O ponto de partida aqui será o clássico dualismo, a tese que nos assegura a diferença radical que há entre nosso corpo e nosso espírito, como pensaram desde muito cedo SÓCRATES, PLATÃO, SANTO AGOSTINHO, DESCARTES, HEGEL e a maioria dos filósofos, que afirmam nossa realidade inteiramente dependente de um ESPÍRITO, estranho ao mundo material. Continue lendo
Um Século de Cultura – História do Centro de Letras do Paraná (1912-2012)
“O futuro é a projeção do passado condicionado pelo presente”
(Georges Braque, pintor francês)
Vivenciando o Centro de Letras do Paraná, no ano do Centenário, compreendemos, louvamos e exaltamos a sua importância e projeção, no cenário cultural paranaense.
Fundada em 19 de dezembro de 1912 por um pugilo de intelectuais, desde logo se sobressaiu, por isso que teve a sustentá-lo, no dizer de Euclides Bandeira, “maiores valores mentais desta terra”.
Dotado de sede própria, que oferece abrigo a outras entidades congêneres, um corpo associativo que ultrapassa três centenas, ampla biblioteca com mais de vinte mil títulos, a maioria de autores paranaenses, promovendo eventos literosmusicais todas as terças-feiras, antecedidos por “Chá de Confraternização”, patrocinando o lançamento de concursos e obras literárias e artísticas, produzindo, semestralmente, apreciável “Revista”, o Cenáculo acolhe os amantes da cultura e os confrades sentem tanto prazer em frequentá-lo, que nos acostumamos a intitulá-lo de “A Segunda Casa de Todos Nós”.
Tal acervo cultural, que preservamos com tanto carinho, deixamos às futuras gerações, deveras engrandecido, porque nos esforçamos em honrar aqueles que, Euclides Bandeira e Emiliano Perneta à frente, nos entregaram e confiaram.
O Centro de Letras do Paraná fez história, incorporando-se à própria História do Paraná.
É, pois, motivo e ensejo de glória para todos nós, pela sua própria tradição.
E, no conceito do nosso David Carneiro, historiador e confrade ilustre, “A tradição é para os povos como a experiência da vida para os indivíduos. Se estes esquecem o seu passado, se perdem a consciência de sua existência, tendem a anular-se ou, quando menos, a repetir os mesmos erros já cometidos, porque o farol com que os indivíduos se conduzem é a experiência da vida armazenada da memória” (In “Pensamento de todos os tempos”, de Jeorling J. Cordeiro Cleve).
Praza aos Céus que o futuro seja risonho e feliz e que, aqueles que nos sucederem, possam usufruir do Sodalício em toda a plenitude!
Curitiba, primavera de 2012
Luiz Renato Pedroso
Presidente