Inúmeras evidências nos indicam que a Natureza desconhece a ideia de fim, por colocar tudo em transformação, ou seja, é a transformação que, no macrocosmo, se nos aparenta ser um fim, porém, ao contrário, no micro cosmo, algumas partículas são eternas e noutras as transformações são contínuas, imperceptíveis, sem fim. Dessa forma, devemos considerar a ideia de fim como uma intrusão.
A partir disso, importa considerar que a morte não é um fim, mas que se constitui apenas como um rito de passagem, necessário à continuidade da vida dentro do planeta Terra. Assim, nossa realidade se situa num universo de limites, mas pleno de superação, semelhante ao mundo etéreo dos anjos.
Coube a STO TOMÁS DE AQUINO, no sec XIII, desenvolver suas ideias referentes à natureza dos anjos, e, por isso, cognominado Doutor Angélico. no qual ele, em sua Summa Theológica, caracteriza-os como seres dotados de racionalidade instintiva, seres vivos desencarnados, muito próximos de Deus, servindo a Ele em obediência, e, também, influenciando os humanos em suas inspirações. Por isso, somos semelhantes aos anjos por necessária analogia, num parentesco bem próximo.
Pelo desaparecimento de nosso corpo físico, a morte se mostra inserida num processo de substituição material, necessária para o equilíbrio do todo. Não obstante, porque somos dotados de uma alma espiritual que nos diferencia dos outros animais, temos nela a certeza de que nosso destino não termina com a morte, um fenômeno transformístico, necessário para nossa entrada no mundo superior da espiritualidade.
Em acréscimo, nosso corpo não se encontra submetido à destruição completa, por ser formado de átomos e células que possuem autonomia e que, como nos indicam recentes pesquisas, possuem comunicação quântica, uma telepatia intrínseca em suas reações.
Ainda mais, nossa mente, por ser dotada de capacidades que nos distinguem, como a intuição de ideias abstratas que se colocam acima do espaço e do tempo; pela nossa percepção de que nós não somos nosso corpo, que somos dotados de características espirituais que nos capacitam transcender as contingências da matéria, de inúmeras formas. Em consequência, importa não inserirmos o fenômeno da transformação numa dicotomia estanque, de começo e fim.