Fractais são estruturas nas quais suas partes remetem à totalidade do composto. Dai a ideia de que o Universo é como um gigantesco fractal, no qual suas partes aparentemente isoladas atuam imitando sua totalidade. De fato, segundo as pesquisas recentes da cosmologia, o Universo é homólogo em todas as suas partes, nas quais suas galáxias são como unidades autônomas, mas formado pelas mesmas substâncias.
Isto não obstante, importa verificar a origem de tais percepções, só tornadas possíveis por meio de nossa capacidade espiritual, como resultado seja de nossa inteligência, mas também de nossa racionalidade. Dessa forma, ficamos habilitados a perscrutar os aparentes mistérios que encobrem a realidade, dispersas na presença de um Espírito Unificador.
Sem dúvida, as relações complexas que envolvem a autonomia e a dependência mútua entre os fenômenos nos parece ser produto de uma genialidade original, acrescida a nós por meio de uma potencialidade sobrenatural não advinda da matéria, o que ressalta nossas origens transcendentes.
Os padrões repetitivos dos fractais nos conduzem a intuir a ideia de simetria, ou disposição coordenada dos aspectos em relação ao conjunto, presentes na Natureza: nas flores, nas árvores, nos flocos de gelo, nos órgãos de nosso corpo, nos quais se destacam uma harmonia de forma e funcionamento. Isto se constitui como um verdadeiro milagre, tornado possível apenas pela mente de Algo Superior, de natureza não material.
Como uma verdadeira geometria inserida na realidade por uma disposição transcendental, os fractais se constituem como um verdadeiro mistério a ser revelado em nossa ciência, dada a profundidade de suas nuances, atingindo seja a estrutura das matemáticas, até alcançar o perfeccionismo das manifestações artísticas, pois a Beleza é também uma manifestação fractal, dado o arcabouço de sua originalidade e de seu conjunto.
É dessa forma que os fractais representam uma manifestação privilegiada de nossa espiritualidade, na qual ficam constatadas nossas potencialidades como seres destinados a sobreviver aos infortúnios da materialidade, como imaginou PLATÃO que, ao entrarmos na existência, somos como anjos decaídos, mas mantidos em sua originalidade.