Cesar Lattes e o núcleo atômico

Inicialmente, supunha-se que o núcleo atômico era compacto, contendo apenas prótons, de carga elétrica positiva, conforme descobrira E. RUTHERFORD na Universidade de Manchester, em 1918, com seus elétrons, negativos, girando em torno do mesmo. Porém, J. CHADWICK, em 1932, descobriu que os núcleos atômicos possuem também partículas sem carga elétrica, que foram, por isso, chamados nêutrons. Para explicar a coesão interna dos átomos, foi imaginada uma força nuclear forte, uma das quatro espécies de energia descobertas pelos físicos, que são a gravidade, eletromagnetismo e força nuclear fraca, esta responsável pela desintegração atômica.

Cesar Lattes

Em 1935, H. YUKAWA descobriu que a força de manutenção de integridade do átomo é uma partícula emissária que foi chamada píon (méson-pi), de massa superior a 270 vezes que a do elétron. Com sua descoberta concreta em 1947, recebeu nesse mesmo ano o Prêmio Nobel. Tal descoberta teve a participação do cientista curitibano CESAR LATTES (1924-2005), que aprimorou, em 1947, as placas de detecção da partícula sub-atômica, tendo sido orientado pelo cientista CECIL POWELL, da Universidade de Bristol, na Inglaterra.

Contudo, o Conselho de Concessão do Prêmio Nobel, da Suécia, resolveu conceder o prêmio de Física apenas ao orientador de LATTES, em 1950, o que teria sido uma injustiça cometida contra o brasileiro (sic). Dessa forma, o Brasil teve frustrada a rara oportunidade de ver consagrado um brasileiro no rol dos detentores do prêmio universal. Não obstante, o Brasil não deixou de reconhecer o mérito de seu notável cientista, que contribuiu decisivamente para a criação do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que, em sua homenagem, instituiu a Plataforma Lattes, destinada a cadastrar os cientistas brasileiros, seus currículos e seus trabalhos inovadores nos ramos das diversas ciências.