A criação e a destruição das coisas, verificada no Universo, não teria nenhum sentido, não fosse a presença de um terceiro fator no processo, a presença de nossa consciência ou espírito, pois sem ele, a ocorrência dos fenômenos não teria nenhum sentido.
Aqui, faz-se necessário reconhecer a vinculação de nosso pensar com as coisas, um problema epistemológico que tem sido crucial em toda a história da filosofia, mas que se torna irrelevante, ao fazermos referência a esta sua necessidade de presença para tornar relevante tudo o que acontece.
Dessa forma, como fator essencial, as simetrias se tornam explicáveis, dando coerência em seus opostos, nos demonstrando que há, na criação do Universo, um propósito de consistência ontológica, estética e ética, porque, por meio delas, constata-se a presença de leits-motive de sustentação disso que constitui a Natureza observável.
Dessa forma, e existência dos sentidos externos em nosso corpo é uma indicação da proximidade da intenção de nosso espírito em torná-lo partícipe da realidade externa do Universo, brindando-o, ainda mais, com suas potencialidades conscientes, o que representa uma garantia de que a vida do Universo se processa por três caminhos, não apenas aqueles incoerentes.
Assim, pelo princípio antrópico, torna-se possível nossa contemplação da beleza do Universo e da Natureza, evidentes não apenas em seus arranjos formais, mas principalmente por meio de nossa sensibilidade, que necessita de um esforço intuitivo para que ela se torne sensível a nossos olhos. Do mesmo modo, pelo desenvolvimento de nossa percepção de qualidades e valores, nossa opção pelo bem se torna cada vez mais explícita, trazendo grandes benefícios para a vida social da humanidade.
No que se refere aos nossos comportamentos éticos, apesar da notável quantidade de estupidez que ainda domina nossos atos, o recurso é confiar nas graças divinas no alterar as condições primárias de nossas deficiências, no afã das torcidas para que, num dia não muito distante, as pessoas, individual ou socialmente, se tornem melhores. Segundo reza a ortodoxia cristã, há uma Trindade Santa (DEUS PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO) a respaldar os efeitos da simetria universal triádica, legitimando a dimensão teológica do Universo, que não tem nenhuma base para se sustentar, a não ser as suas dimensões na fé.