Só os insensatos não se admiram dos milhares de milagres que rodeiam nosso Universo e a nossa vida. Recheados de transformações espetaculares, eles são um indicativo forte de que nada se dá por acaso.
E o primeiro desses milagres é o fato de que somos possuidores da capacidade de conhecimento, obtido através de um cérebro mole como uma gelatina, mas possuidor do milagre de produzir ideias. A condição disso ter sido o resultado de centenas de séculos de evolução orgânica nos assusta ainda mais, por implicar a necessidade de um plano prévio de um Espírito ao mesmo tempo imanente e transcendente a tudo o que existe.
O segundo milagre que nos enche e admiração é o surgimento da luz, produto das reações microscópicas entre hidrogênio e hélio, cujo resultado é a geração de uma energia cósmica presente em nossos raios de luz e trovões, produzindo a chuva que banha nosso solo, permitindo assim a produção de nossos alimentos. A energia elétrica de nossa atmosfera, segundo a mitologia antiga, é a voz de Deus que permite nossa existência.
O terceiro milagre é a vastidão do Universo, cujas dimensões avalizam o poder do Criador que o produz, e cujos limites nossa capacidade não tem condições de avaliar. Suas origens estão imersas num segredo formidável que até hoje os cientistas não conseguiram desvendar, apesar das teorias de uma explosão inicial. Nossa inteligência é pequena diante de tamanhas grandezas. Universo linear ou cíclico, ambas ideias são possíveis.
O quarto milagre é o surgimento do homo sapiens num planeta insignificante, mas cuja capacidade mental o capacita a ser o precursor de um domínio universal, pelo avanço de sua pesquisas e suas técnicas cosmonáuticas. Neste campo, as visões são promissoras, pelos avanços já alcançados.
O quinto milagre é o poder de nossa inteligência em alcançar o sagrado, a abertura de nossa mente para alcançar o transcendente ou as raízes manifestas de nossa superioridade espiritual, apesar de sermos produtos naturais de uma materialidade que nos domina. Mesmo dependente de nossas disposições interiores, a fé é um instrumento que deve ser recebido como uma graça, por ultrapassar nossas disposições naturais de aceitação, o que nos faz humildes diante da grandeza dos milagres que nos cercam. Por isso, nossas esperanças não são ilusórias.