O Espírito possui consistência científica por se encontrar fundamentado em fatos e evidências. Encoberto nas aparências, Ele se manifesta de uma forma velada, mas que nossa inteligência pode captar. Sendo de uma forma diferente da materialidade, seus paradigmas só são obtidos por meio de um pensamento reflexo, abstrato, não na categoria de objeto, mas sim por meio de relações.
É dessa forma que poderemos então caracterizá-Lo como dotado de criatividade, racionalidade, sentimento e liberdade, paradigmas mentais que se situam não apenas em nossa inteligência, mas também que se encontram inseridos na Natureza, da qual Ele é o criador. Pois que a criação é o abandono do caos, que é substituído pelo cosmos, através do qual podemos perceber que o Universo é uma estrutura bem organizada, transformando continuamente a desordem em algo consistente, pela troca de dependências e informações.
Podemos perceber o Espírito presente no Universo simétrico, nos fractais, nos arranjos semióticos, nos galhos das árvores, na coerência de nosso pensar, na harmonia das formas e fórmulas matemáticas, na conciliação das oposições, na estrutura de nosso corpo. Por isso, Ele pode se apresentar coerente sem perder sua consistência, mesmo que assumindo aspectos aparentemente negativos, por um vício de nosso pensar.
Podemos observar também que no Universo as simetrias ocupam um lugar privilegiado em sua formatação, como os contrários dialéticos que envolvem o sim e o não de uma forma não maniqueísta, ausente das categorias do bem e do mal, mas constituindo a hegemonia de um Universo criado a partir do pressuposto do Bem, como nos revelaram PLATÃO e JESUS CRISTO.
Portanto, a história humana nos revela uma aparente hegemonia do mal, dada uma assimilação errônea de nossa liberdade, que implica um estágio evolutivo que ela ainda não alcançou. O resgate do sacrifício de CRISTO na cruz foi causado por aquela aparente hegemonia do mal, que a cultura necessita exorcizar, pois Seu Discurso é apenas o prelúdio de um Bem Superior, advindo do próprio ato de Sua criação. Não obstante, Sua Transcendência nos assegura a sustentação de uma história que haverá de se modificar, pela imposição de um Bem que é intrínseco, a essência do próprio DEUS. É dessa forma que o Espírito nos conduz aos caminhos da fé, como coroamento de uma evolução que nos transforma, nos justifica e nos dá esperança.