A semiótica do espírito

A palavra semiótica diz respeito ao estudo da estrutura dos símbolos e suas combinações, Ela teve como precursores o sábio inglês JOHN LOCKE (1632/1704) e ERNEST CASSIRER (1874/1945), alemão, mas foi com CHARLES SANDERS PEIRCE (1917/1992), americano, que ela pôde se desenvolver em plenitude, ampliando-se na denominada arrumação de todas as coisas.


CASSIRER , em suas obras, propôs uma revolução copernicana, à maneira kantiana, colocando os símbolos como fundamentais na estrutura de nossos pensamentos. Sua ampliação ao mundo do Espírito é apenas um passo a mais na capacidade humana de organizar tudo dentro de um simbolismo abstrato, mas que se encontra, também, inserido em todas nossas potencialidades  materiais.

Dessa forma, investigar sobre a semiótica do Espírito é elucidar as características essenciais que o determinam, sem os quais não teríamos condições de expressar a sua concretude. Assim, podemos concluir ser ele dotado de quatro poderes simbólicos, através dos quais ficamos capacitados a atuar como seres inteligentes.

Criatividade. Sem dúvida, ela nos possibilita fazer surgir uma miríade de novos instrumentos ou novos aparelhos úteis no desenvolver de nossa vida, provocando saúde e conforto. Ela também nos habilita sermos possuidores de ideias abstratas, nos permitindo ultrapassar o espaço e o tempo, além de constituir todos nossos processos culturais.

Racionalidade. Que nos permite conhecer a materialidade em suas causas, relação, implicação e interdependência, paradigmas mentais não acessíveis aos outros animais. Ela faz surgir nossa ciência, ou  o conhecimento teórico das complexas relações existentes entre as dimensões autônomas do Universo criado. A unidade da razão em todos os seres humanos  é o que nos permite conciliar o pensar em pessoas diferentes e de outras gerações.

Sentimentos. Habitantes de nossa alma, os sentimentos  fazem oscilar nosso coração entre o amor e o ódio, exigindo sempre a higidez equilibrada de nossa psique. As paixões desenfreadas mutilam nosso equilíbrio mental, nos tornando como animais enlouquecidos.

Liberdade. O uso de nossa liberdade deve se dar sempre de forma comedida e inteligente, com vistas a impedir futuros desacertos. Com estas quatro características, a semiótica do Espírito nos esclarece quanto aos encargos de suas exigências, cabendo a cada um de nós viver em consonância aos  seus desafios.