A consciência, como um pensamento reflexo, permite o meu autoconhecimento. Não obstante, a sua dependência próxima ao cérebro, a torna bastante frágil, pois basta uma pequena batida em nossa cabeça para ela desaparecer, como ocorre quando estamos dormindo.
Não obstante, a origem da consciência não é natural, por ultrapassar os limites da matéria de nosso corpo, nos permitindo alçar voos ultrapassando os limites do espaço e do tempo, nos tornando especiais como raça animal. Dessa forma, ela se torna muito próxima de nossa espiritualidade, daí o seu parentesco próximo com nosso espírito, que também, de fato, é constituído de outra natureza.
Pois, como nos assegura PLATÃO, nossa consciência é a origem de nossas ideias, outro fenômeno que se coloca acima das condições de nosso cérebro, por ter origem num substrato que ultrapassa nossas sinapses cerebrais, as dimensões abstratas de nosso espírito.
Parafraseando ARISTÓTELES, diremos, pois que o Espírito é consciência da consciência, colocando-nos numa dimensão bem abstrata, que se situa próximo à Divindade, pois, como nos diz S. JOÃO, DEUS é Espírito e onde Ele está, ai está também a liberdade. Em acréscimo, nosso espírito é dotado também de criatividade, racionalidade e sentimento, seus quatro atributos fundamentais.
Em conclusão, a consciência, próxima de nossa fisiologia, padece com suas dependências corporais, enquanto nosso Espírito, sopro divino que nos dá a vida, permanece isolado em suas origens transcendentes, sendo também a causa próxima de nossa criatividade e evolução. Sejamos, pois, agradecidos de tanta generosidade da parte de Deus, por nos ter criado de uma forma tão original, que nos faz semelhantes aos anjos, porém dotados de liberdade, como nos diria STO. TOMÁS DE AQUINO.