A virtualidade da matéria

Ampliando LAVOISIER, que se limitou apenas à Química, diante dos processos complexos de transformação que perpassam o Universo, uma constatação evidente que se observa é o fato de que na realidade tudo dentro dele se cria e não se extingue, mas apenas se transforma de diversas maneiras. Não obstante, em nossas observações sensíveis, dada a imediatez de nossos cinco sentidos, somos iludidos de que há um término para tudo, o que não é o real.

Esta impressão veio confirmada com o surgimento do mundo permanente das micropartículas, no qual elas permanecem momentaneamente numa dança frenética de transformação, sumindo e surgindo constantemente.  Então chegou a hora de abandonarmos nosso conceito de realidade, assumindo que esta é real sem deixar de ser virtual, nos obrigando a fazer sérias distinções entre a física da matéria e a psicologia do espírito, este o condicionante principal de tudo.

Pois sem a existência deste, nada se torna possível, dadas nossas carências fisiológicas, que são um desastre diante da clarividência existente em nós, por força de nossa espiritualidade. Dessa forma, temos de reconhecer a contribuição valiosa da nova ciência física em colocar um fim dramático no materialismo vigente desde a modernidade, que fez vista grossa a qualquer aventura da razão em sua subjetividade.

Estamos, pois, às portas de um novo paradigma conceitual, segundo o qual a realidade cósmica só pode ser compreendida a partir de novos parâmetros, que incluem a vida humana considerada em toda sua riqueza, abarcando uma transdisciplinaridade em seus campos de energia, intuição, simbolismos culturais, história, arte e religião, deixando longe os pobres resquícios da materialidade restrita.

Por tais motivos, precisamos ser dóceis aos motivos recentes de uma nova ciência que se descortina, que, como diria AMIT GOSWAMI em seu ativismo quântico, necessita ocupar rapidamente tantas oportunidades de alterar o meio ambiente agressivo que está matando o nosso santo Planeta. Este tipo de civilização que está matando o meio ambiente necessita ser substituído urgentemente por um outro, equilibrado e não predador. A História só se justifica se for transformada e isto está inserido no mais autêntico de nosso Cristianismo, que condena toda forma de conquista obtida por meio da violência e da opressão.