Visita a Portugal e Espanha

Como forma de agradecimento por minha vida e saúde, ao final do mês passado, fui contemplado, pela companhia de meu filho e nora, a uma viagem à península ibérica, ao fim da qual regressei com uma forte impressão das tradições sagradas que envolvem aqueles dois países.

Ao desembarcar em Lisboa, pude visitar o local de onde partiram os descobridores náuticos do Ocidente, com seus memoriais comemorativos, a perpetuação de suas lembranças heroicas. Em seguida pude visitar, a mais ou menos oitenta quilômetros, um lugar elevado chamado Viana Castelo, no alto do qual está erguido um monumental templo de pedra em homenagem a Sta. Luzia, virgem e mártir, que, no século primeiro da era cristã teve seus olhos arrancados pelos hereges romanos, transformando-a em protetora de nossos olhos. A vista do local é magnífica.

Em seguida, depois de rodar 300km, chegamos à cidade do Porto, no qual pudemos apreciar seu famoso vinho, e em cuja cidade há um atrativo teleférico que nos proporcionou um visão panorâmica da famosa metrópole, às margens de seu famoso rio Douro. Daí fomos para Fátima, o local sagrado das aparições de N. Senhora, em 1917, cujo templo magnífico se encontra sempre cheio de devotos.

No dia seguinte fomos para a Espanha, percorrendo o longo trecho de estrada até alcançar Santiago de Compostela, um dos locais mais sagrados do mundo, cujas origens se perdem na noite da História, no momento em que São Tiago, apóstolo e primo de Jesus, foi decapitado em Rafah, perto de Jerusalém e depois transportado, de barco, até o local onde foi sepultado, nas proximidades.

Ai permaneceu escondido pela floresta até o século IX, quando se verificaram sinais luminosos provindos do local, quando então o bispo Teodomiro mandou edificar a primeira capela em sua homenagem. A construção do atual Santuário, por iniciativa do rei Afonso II, demorou quatro séculos, tendo passado por diversas reformas. O estilo românico barroco é magnífico, com partes douradas em profusão, o que lhe assegura uma atração direta ao sentimento dos fiéis. Depois de seiscentos kms rodados, pudemos retornar a Lisboa e depois ao Brasil. A viagem foi cansativa mas valeu a pena, pois como nos assegura o poeta português Fernando Pessoa : “Tudo vale  a pena quando a alma não é pequena”. Obrigado pelas graças alcançadas.